Monday, June 23, 2008

DO ACASO À INTENÇÂO EM ESTUDOS SOCIAIS

Penso que o princípio básico é que os materiais didáticos e a metodologia sejam instigantes para os alunos. E ao mesmo tempo as aulas devem ser desafiadoras. Elas devem contribuir para a evolução dos alunos em termos de intelecto, da expressão verbal, do conhecimento e da perspectiva de ver as coisas.
Junto aos objetivos que formulamos para um período de trabalho, é, portanto necessário agregar aqueles objetivos que nos “obrigam” a inserir as especificidades da área, como construir noções de tempo e espaço, relacionar períodos históricos, identificar as mudanças e as permanências que ocorrem em um determinado tempo e espaço, entre outros. Esses objetivos se desdobram em inúmeras atividades, que, no cotidiano da sala de aula, deverão ser implantados de forma integrada e significativa.
O planejamento em estudos sociais, mais do que em qualquer outra área de conhecimento, deve ser flexível, para incorporar, em seu processo, não apenas o imprevisto daquilo que pode ser encontrado no caminho singular de cada aluno, das perguntas que cada um elabora, das formulações diferenciadas daquilo que havíamos imaginado, já que a diversidade do funcionamento humano está implícita no processo.
O planejamento deverá partir das experiências e saberes dos alunos, relativos aos conceitos a serem trabalhados, para que se chegue a concretizar aquelas intenções. Ter claro aonde se quer chegar, que recorte deve ser feito na história para escolher temáticas e que atividades deverão ser implementadas, considerando os interesses do grupo como um todo. È de suma importância trabalhar com assuntos do contexto social em que se inserem os alunos. Temáticas que envolvam o cotidiano são muito mais ricas e oferecem maiores possibilidades de engajamento e envolvimento em projetos de estudos, bem como constituem referências para estudar outros tempos.
Comentando sobre a minha prática pedagógica em estudos sociais, esse ano, na escola que trabalho sentimos a necessidade de rever os conteúdos em todas as disciplinas e em todas as séries, percebemos que às vezes estávamos sendo repetitivas com determinados conteúdos ou uma determinada série estava sobrecarregada de conteúdos. Foi importante essa mudança, mas ainda me questiono se os conteúdos que selecionamos são do interesse ou da realidade do meu aluno.
Em uma ocasião na escola que trabalho, convidamos um grupo indígena aqui do Rio Grande do Sul para fazer uma visita na escola, estávamos na semana em comemoração ao dia do índio, passaram de sala em sala falando um pouco sobre os seus hábitos, me lembro que as crianças faziam muitas perguntas, sobre o que pescavam, caçavam, onde moravam... trouxeram um pouco do artesanato deles para mostrar e vender. Depois fizemos uma comparação entre os costumes indígenas atuais e antigos.
No ano passado na semana da consciência negra, estava trabalhando em sala de aula sobre esse assunto e trouxemos um grupo de dança de uma escola do município de Alvorada para fazer algumas apresentações aos alunos, os nossos alunos de capoeira também se apresentaram.
Em outra ocasião em que estava trabalhando sobre o bairro, a minha turma foi convidada a participar de uma palestra sobre preservação do meio ambiente, era na beira do Arroio Feijó, após a palestra com sacos de lixos e luvas recolhemos os lixos ao redor do Arroio Feijó, plantaram mudas de árvores. Quando retornamos a sala de aula conversamos sobre o Arroio Feijó e constatamos as diferenças do antes da poluição e agora já poluído, então solicitei aos meus os meus alunos que realizassem uma entrevista com moradores mais antigos que pudessem esclarecer nossas dúvidas.
Penso que devemos nos propor a uma postura investigativa para o ensino de estudos sociais, através de um planejamento apurado e integrado com as demais áreas do conhecimento presentes nas séries iniciais do ensino fundamental.
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