A ESCOLA NÃO SE PREOCUPA COM O LETRAMENTO SOCIAL

A escola, a mais importante das agências de letramento, preocupa-se, não com o letramento, prática social, mas com apenas um tipo de prática de letramento, a alfabetização, o processo de aquisição de códigos( alfabético, numérico), processo geralmente concebido em termos de uma competência individual necessária para o sucesso e promoção na escola. Já outras agencias de letramento, como a família, a igreja, a rua como, lugar de trabalho, mostram orientações de letramento muito diferentes (Kleiman, 1995, p.20)
É preciso pensar a alfabetização como um processo que vai muito além de técnicas de transcrição da linguagem oral para a linguagem escrita, precisamos ensinar a ler e a escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o indivíduo possa se tornar ao mesmo tempo alfabetizado e letrado.
A prioridade do trabalho pedagógico deve estar colocada nos usos da língua escrita e nas interações que a criança faz com as escritas no seu cotidiano. Na medida em que a linguagem escrita não é vista como um código a ser decifrado, mas como um objeto de conhecimento a ser construído, são enfatizadas atividades que favoreçam o convívio da criança com o escrito, e são valorizados tanto as suas produções quanto às hipóteses explicativas que vai desenvolvendo sobre a escrita.